PE-01: duplicação tem aditivo de R$ 1,7 milhão para trecho de Olinda

Antônio Assis
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Duplicação ainda está pendente na Ponte do Janga
Foto:André Nery/JC Imagem

JC Online

A duplicação de um trecho de 300 metros entre a Ponte do Janga (que marca o começo da PE­01, também conhecida como Avenida Cláudio Gueiros Leite, em Paulista) e a Avenida Ministro Marcos Freire, em Olinda, sairá do papel após três meses de paralisação. A obra complementa a duplicação da PE-01 e havia sido embargada por falta de uma carta de anuência de Olinda, concedida nesta quinta. Os dois municípios assinaram um convênio de cooperação técnica junto ao Governo do Estado, que concedeu um aditivo de R$ 1,7 milhão para execução do serviço, a ser iniciado na próxima semana.

A duplicação da PE-01, que corta toda a orla de Paulista e tem investimento de R$ 16 milhões (10% de contrapartida do município), começou em janeiro do ano passado e deveria ter sido concluída em nove meses, mas foi prorrogada até outubro deste ano. “O trecho de 4,4 quilômetros dentro de Paulista já está duplicado e em funcionamento. Inclusive com calçada dos dois lados. Só falta a duplicação da Ponte do Janga, a aplicação de mais uma camada de asfalto no pavimento e implantação da sinalização”, informa o secretário de infraestrutura local, Thiago Magalhães.

O gestor salienta que o trecho de conexão com Olinda é fundamental, para evitar engarrafamentos. “Sem ele, haveria um gargalo, caindo de quatro faixas até a ponte para duas faixas na entrada de Olinda. O trecho é pequeno, mas o ganho será inquestionável”, destaca. 

Para fazer a conexão, apenas um terreno será desapropriado, mas 700 metros quadrados de mangue foram suprimidos em Olinda, o que mobilizou moradores e o Comitê Gestor da Orla, pois o desmatamento ( em Área de Preservação Permanente - APP) não tinha sido autorizado pelo município. 

“O estrago foi feito e a reposição será apenas em Paulista. Mas defendemos que haja compensação também em Olinda”, diz Arthur Araújo, conselheiro do comitê e integrante do Coletivo Amigos da Praia.

CRITÉRIOS

Arthur salienta que os movimentos não são contra a obra, apenas gostariam que houvesse mais critérios, considerando as características ambientais e históricas do local. “Temos registro da presença de lontras no inverno, na área suprimida, que também foi palco da batalha com os holandeses. Isso deveria ser respeitado”, declara.

E continua: “A gente sabe da necessidade da obra. Do que adianta duplicar para ter um gargalo depois? Mas após os 300 metros não tem mais onde alargar em Olinda. A obra do Canal do Fragoso (a Via Metropolitana Norte) já deveria estar lá para que isso funcionasse”.

Thiago Magalhães informa que haverá replantio de 1.600 metros quadrados no estuário do Rio Paratibe (que divide as duas cidades), na área de Paulista, como já estava acertado com a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). “O maio ambiente não tem divisa política”, diz.

O município de Olinda foi procurado, mas não se pronunciou sobre o assunto.

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