Após perder a filha, pai cria robô que detecta infecção grave

Antônio Assis
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Claudia

Foram quatro anos debruçado sobre os livros até que Jacson Fressatto, 37 anos, chegasse à sofisticada fórmula de Laura, software capaz de identificar os pacientes com risco de sepse – grave infecção generalizada que acomete 25% dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva no Brasil. O projeto leva o nome de sua filha, que faleceu em decorrência desse quadro com apenas 18 dias de vida, em 2010. A partir daí, o curitibano mergulhou no tema.

Passou nove meses como voluntário em um hospital em sua cidade, Curitiba, onde carregou caixas, abasteceu caminhões, auxiliou na limpeza. “A ideia era entender o modo de operação daquele ambiente”, conta. Paralelamente, estudou a sepse do ponto de vista clínico. Uniu as experiências à sua área de atuação, a tecnologia, e concebeu o programa.

Foram vários testes até obter a plataforma que está na ativa hoje, capaz de montar um mapa de risco para cada paciente ao cruzar os dados contidos nos prontuários. Quando o programa identifica algum indício de sepse, alarmes soam nas televisões da central de enfermagem. Se o atendimento tarda a acontecer, a equipe médica recebe mensagens de texto.

Quase 1 milhão de reais já foi investido, com o apoio de instituições privadas e do financiamento coletivo chamado “Sonho de Laura”, para levar o software aos hospitais filantrópicos. “Ganhar dinheiro não é minha prioridade”, esclarece Jacson.

Hoje, sua invenção é o único robô gerenciador de riscos capaz de salvar vidas. “Quero que o nome da minha filha corra o mundo, impactando positivamente famílias. Essa foi a promessa que fiz a ela e que vou cumprir”, emociona-se.

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