Lula chama procurador Dellagnol de 'moleque' e 'sem noção'

Antônio Assis
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 O procurador Deltan Dallagnol é um dos coordenadores da força-tarefa da Operação Lava Jato
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Folhapress

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "moleque" o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, e voltou a criticar o juiz Sergio Moro, nesta sexta-feira (24), durante seminário realizado pelo PT.

Após quase cinco horas do seminário "O que a Lava Jato tem feito para o Brasil", Lula assumiu o microfone afirmando, entre lágrimas, que gostaria de prestar contas aos participantes do encontro, entre eles economistas, sindicalistas e jornalistas.

O ex-presidente repetiu que irá "brigar até o fim" e mais uma vez desafiou os agentes da Lava Jato a provarem que tenha cometido irregularidades.

Ele afirmou que "nem Moro, nem Dallagnol, nem ninguém da PF" têm uma história de lisura como a sua.

Lula disse que o PT foi criado para mudar o país e é uma instituição forte. E atacou: "Aquele Dallagnol sugerir que o PT foi criado para ser uma organização criminosa... O que aquele moleque conhece de política? Ele nem sabe como se monta um governo. 
Não tem a menor noção. Ele acha que sentar em cima da Bíblia dá a solução de tudo. Não dá".

Réu em cinco ações penais -três delas relativas à Lava Jato-, o ex-presidente defendeu a aprovação do projeto de lei que tipifica o crime de abuso de autoridade. "Ninguém pode deixar de aprovar a lei de abuso de autoridade. Ninguém está acima da lei", disse.

Em seguida, o presidente do PT, Rui Falcão, endossou a avaliação de Lula em entrevista. "O que Lula falou achamos também: ninguém pode se colocar acima da Lei", declarou.

Companheiros

Lula afirmou ainda que, "na falta de prova", os petistas têm que ser solidários quando se diz que um "amigo é corrupto".

Horas antes, na abertura do seminário, Falcão fez uma declaração pública em defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e dos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci.

Segundo petistas, o gesto foi uma resposta às queixas dos petistas que estão presos. Por intermédio de amigos e parentes, Dirceu e Vaccari têm reclamado de abandono dos colegas de partido.

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