PE-15 continua um poço de problemas

Antônio Assis
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Pista está em condição precária
Felipe Ribeiro/JC Imagem

Felipe Vieira
JC Online

Não é só rumo ao interior do Estado – como mostrou o JC com relação à BR-232 na edição de ontem – que os condutores vão enfrentar problemas de mobilidade no período junino. A principal via de ligação entre o município de Olinda e o norte do Grande Recife também é um festival de degradação que desafia a paciência de motoristas, a integridade dos pedestres e a mecânica dos veículos.

A desordem urbana dá o tom em praticamente todos os 12 quilômetros de extensão da rodovia – do Complexo de Salgadinho, em Olinda, à entrada de Abreu e Lima, passando por Paulista. Do lado de fora das pistas, calçadas em estado precário e muitas ocupações irregulares. Nas faixas de rolamento, o estado do asfalto é um convite ao trânsito lento e todo tipo de barbeiragem. A mais comum é ônibus e veículos de passeio circularem pela contramão na faixa exclusiva do BRT (ônibus de trânsito rápido) para fugirem dos buracos. Em pelo menos dois pontos – em frente ao quartel do Exército e nas imediações da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), ambas no bairro de Ouro Preto – é possível ver as manobras arriscadas, uma vez que vários veículos circulam no sentido oposto.

A PE-15 é o principal eixo do corredor Norte-Sul do BRT, e é justamente na pista destinada ao transporte público que se encontram os maiores problemas. Em alguns pontos, como no que fica em frente ao supermercado Atacadão, no bairro do Varadouro, os veículos são obrigados a praticamente parar devido às crateras.

A falta de capinação é um pesadelo para quem circula pelo local, principalmente nos canteiros centrais. O mato cobre placas, divisões entre as pistas e até mesmo os precários espaços pelos quais os pedestres tentam se locomover. Iluminação à noite? Esqueça. “As duas coisas que a gente mais vê por aqui é assalto e acidente. À noite é muito fácil para os bandidos se esconderem no mato. Praticamente não tem luz”, comenta o pintor Lindoar Bezerra, morador de Ouro Preto.

PROJETO

Não era para ser assim. A PE-15 deveria, hoje, ter uma outra cara. Em fevereiro de 2014, o então governador Eduardo Campos anunciou um investimento de R$ 14 milhões para requalificação da rodovia. O projeto previa a integração de 11 quilômetros de rota ciclável a um novo projeto paisagístico que previa jardins nos canteiros e passarelas para pedestres. O projeto nunca saiu do papel. A ciclovia começou a ser feita, mas hoje, em vários trechos, serve para depósito de lixo e entulhos.

Segundo a secretaria estadual de Turismo, o ciclovia da PE-15 continua contida no projeto de 30,7 quilômetros de ciclofaixa ligando o Recife ao município de Igarassu, também na Região Metropolitana, mas ainda não há previsão para o início das obras.
Por meio de nota, o Departamento de Estradas de Rogadem (DER-PE) afirma que realiza permanentemente o serviço de conservação da PE-15. “Devido às chuvas que castigaram as regiões da Mata Sul e do Agreste recentemente, os esforços foram concentrados em desobstruir as estradas que dão acesso aos municípios atingidos, visando garantir o ir e vir da população”, prossegue o comunicado. O órgão ressalta ainda que intensificará ações de conservação na PE-15 quando a situação nos municípios atingidos pela chuva for normalizada.

Também por meio de nota, a Secretaria das Cidades (Secid) informa que estão sendo executados trabalhos no pavimento pela empresa contratada no corredor para veículos do tipo BRT que transitam pela PE-15. “A Secid reforça, ainda, que está tomando as devidas providências para que, quando ocorrer uma melhora significativa nas condições climáticas, sejam realizadas correções definitivas no pavimento do corredor”, finaliza.

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