Brasileiros poderiam ter economizado R$ 2 bi na conta de luz com energia solar

Antônio Assis
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Sávio Gabriel
Diário de Pernambuco

A população brasileira deixou de economizar, em pouco mais de quatro anos, mais de R$ 2 bilhões na conta de energia devido à não inclusão da energia solar fovoltaica na matriz elétrica nacional. O levantamento, feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta, ainda, que a maior parte dessa economia seria sentida pelos nordestinos, que nos últimos anos dependem bastante das usinas termelétricas – mais caras e poluentes – para atender à demanda

O estudo toma como base o período entre janeiro de 2013 e maio de 2017. “O governo fez os primeiros leilões de energia solar apenas em 2014 e os primeiros parques estão entrando em operação neste ano. Se esses parques tivessem começado a operar em 2013, a economia seria grande, porque o modal ajudaria a diminuir os custos com as termelétricas”, explica Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar. Segundo ele, as estimativas de economia chegam até a R$ 8 bilhões.

Ele diz que o Nordeste seria mais beneficiado porque a região é a que mais sofre com a queda do nível nos reservatórios das usinas hidrelétricas e, consequentemente, faz muito uso das usinas termelétricas, movidas a óleo diesel. “O Brasil acabou de acionar o patamar dois da bandeira tarifária vermelha. As termelétricas mais caras estão em funcionamento para atender ao Nordeste e outras regiões do país”. Iniciado em outubro, o patamar dois acrescenta R$ 3,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Foi a primeira vez que o patamar foi acionado desde que a bandeira vermelha passou a contar com duas graduações.

Para gerar a economia, seria necessário que, entre 2013 e 2017, fossem produzidos 4 Gigawatts de potência. O presidente explica que até o fim do ano a expectativa é de que os projetos de energia solar fotovoltaica somem 1 Gigawatt. “Se os projetos tivessem iniciado em 2013, num volume (de contratação do modal) recomendado pelo setor, que é de 2 gigawatts por ano, nós já teríamos ultrapassado os 4 Gigawatts e a economia seria maior”, diz.

Além do benefício econômico, o estudo da Absolar aponta que haveria também ganhos para o meio ambiente. O levantamento aponta que entre 15,4 e 17,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono deixariam de ser lançados na atmosfera. O quantitativo é equivalente ao reflorestamento de uma área maior que a cidade de Belo Horizonte. O estudo será entregue ao ministro de Minas e Energia, Fernado Filho, nesta terça-feira (17).

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